Amar a Pátria
é um dever de todo o cidadão

Sábado, 20 de Janeiro de 2007

Armadilha perigosa

Flexissegurança, o que é?

Flexibilidade!... Segurança?!...



A revista "Visão", 30 de Novembro, reagia, indignada, porque foi o primeiro órgão de informação a trazer nas suas páginas e com chamada à capa a confusa palavra " flexigurança" (assim mesmo escrita). A revista reagia com melindre não ter sido referida, citada, comentada por outros jornais que só dias depois estamparam a palavra nas suas páginas e logo tiveram eco, e assim a confusa palavra mereceu debate e sem que a revista tivesse sido referida, elogiada pelo palavrão que primeiro nos trouxe.
No coro que se seguiu também não faltou quem achasse que a desconhecida palavra seria um bom achado para assunto de debate promovido pelos nossos políticos, nos meses que serão de presidência de Portugal na Comunidade Europeia.

A palavra rara e desconhecida houve quem achasse que poderia ser usada por políticos com pouca doutrina, tentando embalar o povo português, desconfiado e maltratado por anos de carestia e de desprezo por direitos adquiridos, conduzindo-o de modo disfarçado para mais apertos.

Nesse embalar nada melhor que empacotar conceitos em palavra rara, deixando a ideia de que as medidas empacotadas nesse palavrão vêm dos países do norte da Europa, onde se vive bem, onde há respeito por quem trabalha, onde o trabalho é respeitado e bem pago, onde os empresários têm cultura e não exibem grandezas balofas de novo-riquismo.

Mas o caso é que a palavra não foi introduzida com correcção gramatical, com respeito pelas normas da língua portuguesa. Logo aí o rabo escondido deixou o gato às claras. É que a palavra " flexigurança" (assim escrita) confunde e não respeita os conceitos que pretende transmitir. A palavra correcta é "flexissegurança" (assim escrita), segundo respeitáveis sabedores dos assuntos da língua portuguesa. O palavrão "flexigurança" (assim escrito) é uma enormidade gramatical para traduzir uma enormidade social. Confunde conceitos claros que despertam indignação. Pela palavra "flexissegurança ", assim de modo mais transparente, chegamos depressa ao centro da questão. Isto significa só e simplesmente "flexibilidade" e "segurança", ou melhor, "flexibilidade" no trabalho. Quanto à segurança, tudo depende do mercado!... Eis a descoberta e tanta confusão para assunto que todos nós já conhecemos.

E então pergunta-se se ainda é necessária mais flexibilidade nas leis do trabalho, se já com as leis que temos patrões deixam de pagar salários, despedem com facilidade, arrastam empresas para falências manhosas, deslocalizam empresas para outras paragens à cata de outros subsídios, exploram trabalho infantil, trabalho à peça, e tudo possível com impunidade, tudo com muita flexibilidade.

Há meses atrás, numa viagem com população para dois autocarros, um era conduzido por um motorista já com anos na empresa e com responsabilidades na formação de novos colegas, motorista com viagens ao estrangeiro, com salário estabelecido, um ordenado de pouco mais de 500 euros mês, transportando a responsabilidade de 60 vidas . O outro autocarro era conduzido por um motorista com contrato ao jeito da flexibilidade, a ganhar enquanto em tarefa conduzia agarrado ao volante. Chegados ao destino, arrumada a viatura no parque de estacionamento, este deixou de estar ao serviço, deixou de ganhar. Voltou a ser pago quando voltou a agarrar o volante para a viagem de regresso. Um dia de ocupação para trabalho pago de poucas horas, o tempo de uma viagem de Coimbra ao Porto e volta. Mais flexibilidade laboral do que esta já só escravatura.

Para encher a palavra rara, seguiram-se outras iniciativas. Lá foram uns jornalistas em reportagem à terra da "flexigurança". E ouvimos que lá na Dinamarca não há horário de trabalho estabelecido por lei, tudo muito flexível. Mas de lá ouvimos dizer por jornalistas da reportagem da TV que ninguém trabalha tantas horas por semana como cá em Portugal. Contas com flexibilidade feitas, trabalha-se lá menos 3 horas por semana. Lá na Dinamarca não há salário mínimo estabelecido por lei, tudo muito flexível. Mas foi-nos dito que num trabalho em terras agrícolas ninguém ganha menos de 2000 euros por mês. Lá não há medo de ser despedido, tudo muito flexível, porque há facilidade de encontrar trabalho.

Tragam-nos então a flexibilidade da Dinamarca e com a flexibilidade tragam-nos a segurança social que se goza na Dinamarca. E a nosso contentamento esquecerá a desconfiança.

E na palavra nova e esquisita não metam a peçonha e a maldade que lá onde a palavra dizem que nasceu, na Dinamarca, não meteram.

Portugal Noticias
Miranda

 

Portugal Ressuscitado editou às 10:16
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1 comentário:
De Zé da Burra o Alentejano a 6 de Julho de 2007 às 10:11
Flexissegurança

O CONCEITO DA "FLEXISSEGURANÇA" NASCEU NOS PAÍSES NÓRDICOS E REFERE-SE A UMA MAIOR FLEXIBILIDADE DAS LEIS DO LABORAIS, COMPENSADA POR UMA MAIOR SEGURANÇA DOS TRABALHADORES QUANDO POR ELA SÃO AFECTADOS.

É incompreensível falar-se em flexissegurança, num país que está a eliminar, a pouco e pouco, as exíguas regalias sociais aos trabalhadores, que vão ficando cada vez mais inseguros quanto ao seu futuro. Poderão esperar menores subsídios de desemprego e durante menos tempo; maior dificuldade de conseguir uma reforma, mesmo por doença, e quando a conseguirem será de valor inferior à que teriam actualmente com os mesmos descontos para a Segurança Social, não obstante os seus impostos também aumentarem constantemente. É também cada vez mais difícil provar a incapacidade para o trabalho: seja para obter uma baixa médica, seja para reunir as necessárias provas que justifiquem uma reforma antecipada, tendo em atenção a maior dificuldade de conseguir o atendimento nos Centros de Saúde e a maneira superficial como os doentes são atendidos. Muitos exames médicos ficam por fazer ou são feitos tardiamente (para redução de despesas?). O apoio na saúde é portanto cada vez menor: seja no acesso às consultas, seja nas taxas criadas e sucessivamente aumentadas, seja no custo dos medicamentos. Reduz-se o apoio ao casamento com o fim do respectivo subsídio, à educação pré-escolar, básica, secundária e superior, tal como na velhice, tal como na morte com o fim do subsídio de funeral. Assim, neste país, a maior SEGURANÇA não diz respeito ao trabalhador.

A "FLEXISSEGURANÇA” refere-se por cá tão só à entidade empregadora:

A "FLEXIBILIDADE" para despedir, para eliminar as poucas regalias existentes, conseguidas ao longo de muitos anos, com ou sem a negociação dos sindicatos: salários, subsídios de férias, de Natal (e outros), pagamento de horas extraordinárias, número de horas de trabalho, horários, férias, etc...

A "SEGURANÇA", não dizendo respeito ao trabalhador, só poderá ser relativa à entidade empregadora: visa uma maior SEGURANÇA da empresa na concorrência global em que se encontra envolvida.

Aos trabalhadores só lhes resta trabalhar enquanto puderem e, dada a “Flexibilidade”, deverão ser despedidos antes das suas capacidades físicas e mentais começarem a ficar reduzidas, o que é normal a partir de certa idade para a execução de muitas tarefas: o patrão não poderá substituir-se à Segurança Social e manter trabalhadores que já não lhe são rentáveis, que já não conseguem ter a necessária assiduidade ao trabalho, porque faltam constantemente por razões de saúde, onde se inclui a ida a Centros de Saúde e aos Hospitais, marcar consultas e exames médicos, depois irem a essas consultas e exames, ficarem frequentemente debilitados e doentes. Assim, apesar de toda a compreensão, o mais certo será acabarem convencidos a abandonar livremente o trabalho ou serem mesmo despedidos então.

Quanto à sobrevivência futura desses trabalhadores será aquela que o destino ditar: ou têm algumas economias, o que é pouco provável; ou passam a viver à custa dos filhos, se os tiverem e estiverem dispostos a isso, ou até puderem. O que não poderão é esperar receber algum dinheiro do que descontaram para a Segurança Social antes de atingirem a idade legal da reforma, por vezes durante décadas, dada a dificuldade em a conseguir. Muitos deles morrerão antes disso. A maioria nem poderá contar com um “rendimento mínimo de inserção”, porque nem todos os trabalhadores têm direito a ela e a única inserção possível seria a reforma.

Zé da Burra o Alentejano


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